GUARAPARI
GUARAPARI
O vapor Isabela, em suas constantes viagens, voltou, a 23 de
JaneIro de 1878, com oitocentos e dois italianos, que foram
distribuídos em dlversas colônias.
Contou-nos Estefania Grazelli, única sobrevivente dos
primeiros imigrantes vindos para Guarapari que, a 22 de
setembro de 1877, partiram do Porto de Genova os navios
Clementina, Colombia e Esther com imigrantes para o Brasil.
Vieram as seguintes famílias:
Aiolfi Ambrozini Antolini Armeloni Asteri Banini Baratta
Bergamini Bianchi
Bingossini Bonini Bortoletti Braga Branbatti Brigoni
Bubliaque Campi Caoelini
Carminati Catani Cavati Cerutti Colombini Conti Corradi
Cossi Disparatti Durandi
Durelli Ferrarini Gobbi Grasselli Izoton Javarini Magri
Maioli Mantovanelli
Marchesi Massoli Merighetti Merlo Milioli Milsoni Morisio
Morozini Mumbrini
Murinari Murozatti Murozotti Nossa Paganini Pavesi Pelissari
Piumbini
Poton Rissieri Rossi Scafoni Scurtarelli Suardi Tonini Zani
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Durante a viagem, nasceu em águas brasileiras, a bordo do
Navio Clementina, Maria Disparatti.
Forte tempestade quase afundou o navio Colômbia!
Os imigrantes João Nossa, Bonifácio Marchesi e João Astori
vinham como chefes dos patrícios e exerciam certa autoridade
no grupo. E, como professor, o imigrante Bubliaque
ministrava lições de italiano aos menores.
Chegados a Benevente, agora Anchieta, seguiram em canoas,
para Alfredo Chaves. Daí, por uma picada na mata virgem,
passaram pela atual Vila da Sagrada Famíia, Quinto
Território até Todos os Santos.
Tudo lhes faltava, para o início do traba!ho das derrubadas.
Em Guarapari, agasalharam-se em barracas cobertas de palhas.
Levantaram uma capela, dedicada ao Coração de Jesus.
Transformada em Igreja, nela celebrou o Santo Sacrifício da
Missa o Pe. Marcelino de Agnatello, assistente espiritual
dos colonos italianos, no Espírito Santo. Chegou, em 1883,
ao Rio de Janeiro. Em 1884, estava em Guarapari, como
coadjutor do vigário.
O operoso Agente de Estatística, nosso Informante, escreveu
que os italianos de Guarapari são sóbrios, trabalhadores,
morigerados e constituem elemento de alto valor na formação
da riqueza do munícipio.
Guarapari deu à igreja Católica seu quarto Bispo
espírito-santense, Dom João Batista Cavati, da Congregação
da Missão de São Vlcente de Paulo, e descendente de
imigrantes italianos.
Nasceu em Todos os Santos, a 5 de maio de 1892, filho de
Cavati Caetano e Filomena Magri. Estudou em Vitória,
interno, com o Prof. Francisco Lelis; e depois com Prof.
Adolfo de Oliveira. Criado o Ginásio Espírito Santense, o
menino Cavati veio continuar os estudos na Capital.
Transferiu-se para o Caraça, pela intercessão de Dom
Fernando Monteiro, e, em 1913, foi para o Seminário São
Vicente de Paulo, em Petrópolis. Daí, viajou para a França,
em 1916, a fim de cursar Teologia, em Dax, com os
lazaristas. Ordenou-se sacerdote, a 20 de março de 1920.
No regresso para o Brasil, trabalhou, no Seminário de
Fortaleza; depois, em Mariana e em Itati (Paraná).
Finalmente, em Petrópolis, como Diretor dos Noviços.
Nomeado Bispo de Caratinga, foi sagrado, a 30 de outubro de
1938, na Catedral de Vitória.
Seu episcopado foi intenso: fomentou o ensino religioso nas
escolas e nas igrejas. Melhorou as condições do Hospital de
Caratinga e colocou nele as Irmãs de Caridade. Estimulou as
Conferências Vicentinas. Constriu o Palácio Episcopal.
Fundou o Ginásio Nossa Senhora da Conceição, em Ipanema, e o
Instituto Secular Nossa Senhora das Graças, para auxiliar os
vigários. Em novembro de 1956, resignou o Governo da Diocese
e voltou a residir em Petrópolis.
De 1877 a 1880, chegaram italianos a Benevente, Alfredo
Chaves e São Jose do Calçado. Nos dois primeiros municípios,
ficaram alguns componentes das levas citadas para Guarapari.
Para Alfredo Chaves, subiram em canoas, o Rio Benevente.
Realizaram uma viagem perigosa e sem nenhum conforto.