SANTA TERESA
SANTA TERESA
Alguns Imigrantes revoltaram-se, a 17 de março; abandonaram
o núcleo e embrenharam-se na floresta do Timbuí, através de
uma estrada primitiva, que o Governo Provincial mandara
abrir, a fim de comunicar o litoral com a estrada de Santa
Teresa.
Num velho impresso, vemos referências a esses destemidos
bandeirantes:
.Abramo Zurlo
.Anibale Lazaro
.Bernardo Camper
.Daniele Palauro
.Francesco Bassetti
.Giuseppe Paoli
.Lazaro Tonini
.Paulo Casotti
Fixaram-se no lugar Santa Teresa, hoje sede do Munlcípio.
Devemos, porém, assinalar que não se fez a viagem
dramatizada e enaltecida pelos historiadores e escritores de
Santa Teresa, porque os colonos seguiram a trilha aberta,
desde 1856. Seria mesmo Impossível que os Imlgrantes
vencessem a mata virgem daquele tempo, num meio cuja
topografia Ignoravam. Teriam sido liquidados pelas picadas
de serpentes, pelas onças, febres etc.
E a fome?
Souberam de um caminho, para outro lugar, seguiram-no.
Tabacchi muito sofreu dos seus sacrifícios. Roído de
desgosto, faleceu em Santa Cruz, a 21 de junho do mesmo ano.
Residiu ali muitos anos, e deixou descendência, conforme o
necrológio da Imprensa da época.
No confronto de relatórios, datas e notícias, podemos
afirmar que o nome de Santa Teresa, para o lugar,
relaciona-se com a homenagem ao casamento do Sr. Dom Pedro
II com a Sra. Dª Teresa Crlstina Maria. No relatório de
1871, o Presidente da Província, Francisco Ferreira Correa,
dizia: "A estrada de Santa Teresa tem custado imensos
sacrifícios de força de votade e dinheiro”. Em 1874, a
Imprensa noticiava "estrada de Santa Teresa,inciada a 4 de
setembro 1848, a esforços do Presidente Antonio Pereira
Pinto. Partia das margens do Rio Santa Maria da Vitória, e
seu traçado deveria acançar a Vila de Coieté, em Minas
Gerais". Já em 1854. dizia o Presidente Sebastião Machado
Nunes: “ Ao encetar a administração da Província, achei
parados os trabalhos da abertura da estrada de Santa
Teresa”.
Era empresário da estrada o Capitão Antonio Fernandes de
Andrade. Datava, aliás, de 1846 a primeira tentativa de sua
abertura, pelo PresIdente Luis PedreIra do Couto Ferraz. E,
desde 1856. proJetava-se uma colônia em algum ponto da mesma
estrada, pois, no relatório apresentado .o" Presidente José
Maurício Pereira de Barros, a 8 de março daquele ano, ao
tratar da colonIzação, o Barão do Itapemlrlm assim
concluia:” Permita V. Exa. Que indique a conveniência de
fundar-se uma colônia militar em algum ponto da estrada de
Santa Teresa, onde há, segundo consta excelentes
localiadades, com terras férteis e boa água”.
Os referidos Imigrantes. porém. Já encontraram outros,
chegados em pequenas levas, anteriormente, não oficializadas
como, por exemplo, o casal Giovanni e Domenica Zanotti, que
vieram antes. em navio velelro, numa viagem de cinqüenta e
dois dias, na qual perderam a primeira filha, cujo túmulo
foi o oceano! Os paIs assistiram ao lançamento do corpo
cerimônia simples e comovente...
O veleiro transportava cerca de duzentos Imigrantes.
A 7 de maio de 1879, tiveram os Zanotti o conforto de um
filho, no seu lar. quando nasceu David Zanotti. A família
havia Caldelrão.
Contudo, a glória da fundação da colônia Santa Teresa foi
dada ao grupo que, no dia 12 de abril de 1875, partia de
Trento, para, no dia 17, deixar a Europa, no vapor
Rivadavia, e chegar ao Brasil a 9 de maio. No dia 31 do memo
ano , saltaram os imigrantes na Vitória e, dias após,
subiam, em canoas, O Rio Santa Maria da Vitória. Os
componentes desse grupo foram:
.Achile Mosmazzo ----------------------.Giovannl Baptista
Paoli
.Adone Avancini ------------------------.Giovanni
Brosseghini
.Albino Scalzer -------------------------.Giovanni Moschem
.Alessandro Felippe ------------------- .Gluseppe Bortolini
.Andréa Martinelli ---------------------.Gluseppe
Dallapicola
.Angelo Margon ------------------------.Gluseppe Margon
.Antonio Lambert ----------------------.Giuseppe Paoli
.Antonio Margon -----------------------.Lazaro Andreata .
.Antonio Palauro----------------------- .Lorenzo Dlprá
.Antonio Zanottl------------------------.Lourenzo Margon
.Augusto Palazzo---------------------- .Luigi Angeli
.Baldassari Zonta---------------------- .Luigi Tomazelli
.Celeste Rosa--------------------------. Luigi Zotelli
.Cirillo Belmut------------------------- .Masslmo Gasperazzo
.Danielle Mér-------------------------- .Mateo Delprá
.Davld Castelubre---------------------.Paolo Mantibeller
.Domenico Edrer--------------------- .Paolo Paoli
.Domenico Montebeller------------- .Paolo Zatelli
.Eugenio Cuel-------------------------.Pietro Avancini
.Fedeli Martinelli---------------------.Pietro Costa
.Felippo Bortolini-------------------- .Pietro Lenzl
.Francesco Scalzer------------------ .Pietro Margon
.Francesco Rower------------------- .Pietro Moschem
.Giaclntho Fillppi-------------------- .Pietro Postai
.Giacomo Passamini---------------- .Pietro Rasseli
.Giorgio Gasperazzo---------------- .Pietro Valandro
.Giorgio Martinelli------------------ .Tomazo Armelini
.Govanni Angeli----------------------.Virgilio lambert
Vieram com suas famílias, entregaram-se ao trabalho da
derrubada das matas para a limpa de estradas e sua
consequente conclusão, o que, somete após, foi alternado com
o preparo das colônias. Aos sábados. Interrompiam-se os
trabalhos, a fim de que fossem receber provisões, em
Cachoeiro de Santa Leopoldina. Viagem a pé uma via dolorosa.
Existia, portanto, o núcleo iniciado, tendo como
Vice-Diretor o Oficial do Exército austrraco e
ex-Ajudante-de-Campo do Imperador Maximiliano da Austria,
Franz \/on Lipp.
Esse tinha sua própria história. Depois do revés sofrido
pelo soberano, na sua aventura de conquista do México,
patrocinada por Napoleão III, aportou ao Brasil, fugindo à
perseguição dos nacionalistas comandados por Juarez. Pôs-se
em contato com o Imperador Pedro II. através de elementos da
nobreza austríaca, então muito ligados à nobreza brasileira.
Nessa ocasião, homens como Antonio Prado e Quintino Bocaiuva
interessavam-se pela solução dos problemas agrícolas, numa
antevisão das futuras consequências da abolição da
escravatura, que deixaria a layoura sem braços. Urgia cuidar
do seu impulso. Então, sob a orientação de Von Lipp, e de
outros elementos tomados de entusiasmo pelo problema,
crlou-se, no Brasil, o Serviço de Colonlzação, que
encaminharia. para diversas zonas do país, colonos do
Centro-Norte da Europa. Alguns encontraram no Espírito Santo
condições ecológicas favoráveis à localização de Indivíduos
oriundos do clima frio e temperado da Europa.
Von Lipp era Vlce-Dlretor do Núcleo de Santa Teresa, quando
chegaram os Imigrantes Italianos, em l874. E aconteceu que,
no dia 26 de junho de 1875, quando se fez o sorteio dos
lotes, o colono Virgilio lambert exigia que se desse ao
lugar o nome de São Virgilio, em consideração á data Mas,
Von Lipp, conhecedor do passado, opôs-se à Idéia, a fim de
que permancesse o nome tradicional de Santa Teresa.
Pouco depois, chegaram para a mesma colônia:
.Anselmo Frizzera---------------------- .Frederico Coser
.Antonio Pagani------------------------ .Fortunato Broilo
.Antonio Perini------------------------- .Giovanni Briddi
.Antonio Roatti------------------------- .Giovanni Carlini
.Danieli Rizzi----------------------------.Giuseppe
Corteletti
.Domenico Broilo-----------------------.Giuseppe Racagni
.Domenico Fracalozzi----------------- .Mansueto Briddi
.Domenico Taffner-------------------- .Tomazzo Briddi
.Domenico Tamanlni------------------ .e outros, como os
Mattedi
No dia 11 de janeiro do mesmo ano, nasceu em Santa Teresa,
na Serra do Alvarenga, 0 primeiro filho daqueles imigrantes.
Chamava-se José Roatti.
Em outubro, ainda do mesmo ano, chegaram outros numerosos
Imigrantes que se estabeleceram ali. Eram os chefes de
família cujos descendentes, como os anteriores, continuam no
famoso Vale de Canaã. Muitos, porém, dispersaram-se para
outros municípios do Estado. Diversos procuraram lugares
distantes, onde as condições de prosperidade acenavam-lhes
um convite cheio de esperança.
Em 1891, chegou a Santa Teresa o Sr. José Ruschl. Viera para
o Brasil, nesse mesmo ano, em consequência das oportunidades
surgidas na Unlversidade de Piza, onde concluíra o curso de
técnico agrícola. Conquistara o primeiro lugar. Sua viagem
era um prêmio, para que os recém-formados viessem para o
Brasil, bem comissionados. Destinou-se, por Isso, José
Ruschl ao Paraná, a fim de Instalar a colonização Italiana,
em Palmeira, onde se desempenhou daquela missão. Existe ali
uma rua, com o seu nome: Rua José Ruschi.
Concluídos os trabalhos, no Paraná, foi contratado para
demarcação dos lotes coloniais, em Santa Teresa, no Espírito
Santo, e das linhas divísórias dos municípios de Linhares,
Colatina, Fundão, Boa Família e Santa Teresa, até o ano de
1903, quando foi nomeado Coletor Federal, cargo exercido,
até seus últimos dias.
Casado, em Santa Teresa, com a Sra. Maria Roatti, José
Ruschi foi chefe de numerosa família -doze filhos, todos
nascidos ali.
De acordo com as notas genealógicas dos seus antepassados,
descendia de família nobre de Pizza, onde existem, ainda,
alguns dos seus ilustres parentes.
Os Pagani chegaram a Santa Teresa, de 1870 a 1876, Antonio
Pagani trouxe de Mantova (Itália) seus filhos menores: João.
Domingos e Angelo. Fixaram-se em São João de Petrópolis,
onde, mais tarde, João e Domingos constituíram família e
dedicaram-se ao comércio e à lavoura. João desenvolveu uma
fazenda. onde. Atualmente, se localiza a Escola Agronômica.
Seus filhos, Antonio, Angelo, Luis, José e Vitorino.
tornaram-se comerciantes.
Antonio Pagani, o primeiro, transferiu-se com o filho Angelo
para Boa Família, hoje Itaguaçu, onde faleceu, Atualmente,
os Pagani estão em Vitória, Colatina, Itaguaçu. São
advogados, engenheiros, militares, professores, além de
comerciantes o Sr. José Pagani, de Colatlna, é Comendador da
Igreja Católica
Em 1897, chegou à Santa Teresa, Valérlo Coser, que
participara de uma leva de imigrantes destinados ao Espírito
Santo. Viajou em companhia de seus pais (Eugenio e Fortunata
Coser) e dos Irmãos (Paulo. Carlo, Giovanni, Giulio,
Carlota, Maria e Isidoro), todos naturais de Aldeno,
Província de Trento. Vieram a convite de um primo chamado
Frederico, já estabelecido em Santa Teresa, no lugar Vargem
Alegre. Partiram de Gêno- va, a 10 de agosto, e chegaram a
Vitória, no dia 30 do mesmo mês.
Como todos os seus antecessores, nossos imigrantes seguiram
em canoas, até Santa Leopoldina e, daí, a pé, ao seu destino
Vargem Alegre. E do Brasil fizeram a segunda Pátria, no duro
da agricultura. Construíram O futuro de uma família
numerosa, mas forte, porque unida, de evidência, atualmente,
na vida comercial e industrial do Espírito Santo.
Em uma das viagens de 1876, chegou ao Espírito Santo um
casal que se tornaria o tronco de uma família considerada a
mais numerosa de descendentes de Italianos no Estado, e
notável pelo elevado número de elementos atuantes na
política, na lavoura, no comércio, nas Indústrias e nas
profissões liberais: Luiz Prettii e Filomena Talianini
Prettii, naturais de Modena, como tantos outros que para
aqui vieram na mesma viagem.
Traziam seus cinco filhos: José, Irmo, Vitória, Jerônimo e
Rosa. No Espírito Santo, nasceram Henrique e Drasto.
Seguiram o destino dos seus patrícios, Igualmente imigrantes
daquele tempo: subiram o Rio Santa Maria da Vitória, em
canoas, até Santa Leopoldina, Daí, partiram para Santa
Teresa, a pé, através da mata fechada, em estrada primitiva
feita a machado e foice, por aqueles que os precederam.
Enquanto esperava receber o lote que lhe seria destinado,
Luiz Prettii trabalhou na abertura de estradas, com a diária
de ,um cruzado. Recebida a porção de terra, em que punha
suas esperanças de futuro independente, nosso Imigrante,
ajudado pelos filhos maiores, plantou café e cereais.
Prosperou, os filhos foram crescendo e, à medida que o
auxiliavam no trabalho, recebiam a educação que os italianos
se esmeram em dar aos seus descendentes. Educação e
instrução, apesar das dificuldades do tempo. Mas, em Santa
Teresa, muito valia o Colégio dos religiosos Capuccinos.
Com o progressivo resultado do seu trabalho, Luis Pretti
abriu pequena casa comercial e comprou dez burros de carga,
para fretes. Tal providência foi lucrativa e animou-o à
compra de mais vinte burros, que formaram a tropa entregue
aos filhos, que trabalhavam, a exemplo do seu genitor.
Eles se organizaram na vida. Casaram-se. Deram-lhe netos e
bisnetos:
.Jerônlmo casou-se com Cleonice Simonassi: dez filhos; José,
com Judith Senefonte: doze filhos; .Irmo, com Selene: três
fithos;
.Vitórla, com Lourenço Fontona: quatro filhos;
.Rosa, com Moro Pedroni: tiveram muitos filhos; .Drasto, com
Adelina Polli: oito filhos;
.Henrlque, com Teresa Ferrari: doze filhos.
Com os demais descendentes de Imigrantes, os Pretti foram,
na maioria se encaminhando para as profissões liberais e
entrando na política, e nos esportes. Assim, FONTANA,
tri-campeão mundial de futebol, é neto de Vitória Pretti
Fontana; Frederico Pretti, nascido. l6 de setembro de 1899,
em Santa Teresa, filho de Henrique e neto de Luis, o
imigrante, fez-se comerciante e fazendeiro, abraçou a
política e foi Prefeito de Santa Teresa, depois, Deputado
Estadual, pelo antigo PSD. N assembléia Legislativa, ocupou
a Presidência da Comissão de Justiça, durante todo o período
legislativo. Sua esposa. Dª Amália De Francesco Pretti, numa
demonstração de clarividência, foi Vereadora e Presidente do
Sindicato Rural de Santa Teresa. O casal tem o conforto de
ver todos os seus filhos bem organizados: Henrique,
atualmente Deputado Federal, é um exemplo de persistência.
Formado em Contabilidade, está concluindo o curso de
Direito, na Faculdade de Colatina. Foi comerciante, Diretor
da Caixa Econômica Federal, esportista, Deputado Estadual e
Vice-Governador do Estado, no perrodo de 1971/75, durante o
qual substituiu o Governador por algum tempo.
Djalma Ari, formado em Contabilidade, funcionário do INCRA,
licenciado, reside nos Estados Unidos da América.
Geraldo é formado em Odontologia e Pedro Nelson, médico
ortopedista, é o conhecido Dr. Pretti, conceituado na Cidade
da Vitória. Casado com Nilsa Morais, tem quatro filhos:
Renzo, Bruno, Sandro e Giovana.
Os Zanandréa são de Bassano del Brenta, Veneto, Norte da
Itália. O primelro que veio para o Espírito Santo fo
Jerônimo, filho de Pedro Luis Zanandréa e Catarina Bigorelli
Zanandréa, que ficaram na Europa. Casado com Augusta Loss,
em 1898, Jerônlmo apressou-se a viajar, por conta própria,
com destino a Santa Teresa, entusiasmado com as notícias que
a esposa lhe dava, porque estivera ali, antes, com seus
pais, os Loss, que fizeram fortuna com o café e regressaram
à Itália, em melhores condições econômicas.
Jerônimo e Augusta Vieram. Padeiro-auxlliar, ele foi para a
lavoura, a princípio como meeiro. Comprou terras e ficou
Independente; mas, ativo e habilidoso, buscava outros meios
de ganhar dinheiro: preparava banquetes e outras festas
familiares. Em festas populares, vendia doces, bolos e
bebidas, que ele próprio preparava. E, assim, trabalhando,
conseguiu regular sua situação econômica.
Os filhos foram chegando. Sete, ao todo: Catarina, Maria,
Pedro Luís, José Vicente, Candida, Teresa Vitoria, Bruno
(que faleceu na prImeira infância). Logo possível, os mais
velhos iam ajudando as atividades paternas.
Mas, a depressão sofrida pelo café impediu que Jeronimo e
Augusta regresassem à Itália, como Pedro Luis e Catarina. E
não se interessaram muito por isso, visto que o Brasil,
berço de seus filhos, já Ihes conquitara o coração. Aqui,
desejavam viver e morrer ! Aliás, o mesmo se deu com outros
italianos, que se tornaram brasileiros de coração!
Animado pelos filhos, Jeronimo Zanandréa muito realizou,
Santa Teresa. No lugar Nova Valsunga, instalou máquina de
beneficiar café, uma pequena fábrica de cerveja, uma de
aguardente (a Canaã, afamada no tempo"), uma usina de luz
elétrica, a primeira do Município. Espírito progresslsta, em
sua casa tinha água encanada, geladeira, e uma comunicação
telefônica com a propriedade da família Pretti, a um
quilômetro dIstante.
pois, automóvel, caminhão e rádio. Seu filho, Pedro Luis,
como dentista-prático, Licenciado, mediante provas,
trabalhava no ofício e tinha uma farmácia, onde, à moda
antiga, era tudo: assistia aos que o procuravam para
curativos, soro anti-ofídico e outras formas de assistência,
na falta de médicos.
Como todos os italianos, os Zanandréa cuidaram da educação
dos filhos Dr. Benito Zanandréa, médico, filho de Pedro Luis
e Linda Pretti, neto portanto, de Jeronimo e Augusta, é
Diretor do Centro Biomédico da UFES. O Dr. Benito é casado
com Terezinha Fernandes, que lhe deu filhos: Pedro Luis,
Iara, Paulo Henrique e Eduardo.
Outros Zanandréa estiveram no Espírito Santo e regressaram à
Europa. Mas, Luis, sobrinho de Jeronimo, formado na Suíça,
engenheiro eletro-técnico , instalou a primeira usina
hidrelétrica, em Santa Teresa, e inúmeras outras, no
Espírito Santo e em Minas Gerais.
Adone Avancini deixou numerosa descendência, atuante no
Município e em Vitória. Carlos Adone Avancini , por exemplo,
concorreu muito para o progresso de Santa Teresa: organizou
casa comercial, hotel, padaria e outros. Serviu como Cônsul
austráco e italiano, pelo conhecimento que tinha dos dois
países. Participou da organização da Câmara Municipal.
Icentivou todos os movimentos, mandando vir artesãos,
sementes de culturas diversas e dando a casa para o primeiro
médico residente na então colônia. Foi um colaborador de Von
Lipp.
Virgilio Lambert, Inteligente e culto, deixou nome venerado
em Santa Teresa. Era escultor, Escreveu seu Diário da vinda
para o Brasil, desde a saída do Havre até o dia de sua morte
(1900) , em Santa Teresa. Cultivou o bicho da seda, animado
pelo Pe. Domenlco Martinelli , e, entre as obras realizadas
no lugar, construiu a Igreja de Nossa Senhora da Conceição.
Esculpiu dois crucifixos e a imagem de Nossa Senhora, para a
qual serviu de modelo a bela jovem Lúcia, então de quinze
anos, Irmã de Carlos e Adone Avancini. Estas obras contam,
atualmente, noventa e cinco anos.
Dentre os filhos ilustres desse Munícipio, devemos citar
Orlando Bofim, primoroso jornalista, inteligência
privilegiada e coração adamantino; Serafim Derenzi,
construtor, que muito trabalhou na abertura de estradas de
rodagem; Henrique Pretti, ex-Deputado estadual, agora
fedederal, e como Vice-Governador do Estado, assumiu o
elevado cargo de Chefe do Executivo algumas vezes. O
Dr.Otorino Avancini, médico, ex-Provedor da Santa Casa da
Misericórdia (Vitória) que, dedicadamente, multo fez pelo
estabelecimento. O Dr. Luis Gasparini, advogado ilustre, de
projeção nacional. O Dr. Augusto Ruschi, professor do Museu
Nacional, fundador do Museu de Biologia Melo Leitão, e
conhecido no Brasil e no exterior, pelos seus apurados
estudos sobre beija-flores. O Dr. Izidoro Zanotti, cultor do
Direito Interncional, tem contribuído, com o primor do seu
saber e de sua Inteligência, para a harmonia dos povos.
Seguiu, em 1960, para colaborar na Organização dos Estados
Americanos (OEA). A Sra. Víginia Tamanini, além de
romancista, é deliciosa poetisa, autora de A Voz do Coração
e O Mesmo Amor em Nossos Corações. O poeta Victor Biasutti é
autor de Esparsas.
Conta-se que Anselmo Frizzera descobriu a celebre Cachoeira
da Fumaça, entre Santa Teresa e Santa Leopoldina, à qual deu
o bonIto nome de Véu da Noiva.
Expressamos, neste final a saudade imensa que nos deixou a
querida Sra. Ermelinda Avancini de Almeida, a inesquecível
Dona Bimba, tão entusiasmada por este livro, e para o qual
nos deu valiosa colaboração, continuada pela sua filha a
Sra. Gabriela de Almeida Côrtes.
Nos Idos do século XIX, viviam em Lêvico, Província de
Trento. os irmãos Giacomo e Pietro Rasseli, representantes
dessa árvore genealógica: O primeiro nasceu, em 1839, o
segundo, em 1841. Ambos, desde cedo. Dedicaram-se à lavoura,
para auxiliar a família que, embora pequena. passava
privações. Casaram-se tarde, em consequência da situação
financeira.